Lula propõe "parceria estratégica" com a Rússia

O presidente brasileiro Luiz Inácio Lula da Silva ofereceu ao presidente russo Vladimir Putin ampla cooperação em energia nuclear, defesa e espaço durante sua primeira visita a Moscou em 15 anos, disse o Kremlin na sexta-feira.
Lula estava entre mais de duas dezenas de líderes estrangeiros que compareceram ao desfile militar do Dia da Vitória na Praça Vermelha, promovido pelo Kremlin como um sinal de apoio internacional contínuo, mais de três anos após sua invasão em grande escala da Ucrânia.
“Minha visita hoje tem como objetivo fortalecer a construção da nossa parceria estratégica”, disse Lula a Putin no Kremlin, de acordo com uma leitura em russo.
Ele expressou “grande interesse” nos pequenos reatores nucleares da Rússia e disse que sua delegação preparou memorandos bilaterais sobre cooperação em energia, ciência e tecnologia.
“Estamos interessados em discutir questões militares, espaciais, científicas, econômicas, educacionais e, principalmente, energéticas”, disse Lula.
O líder brasileiro também criticou as políticas tarifárias globais do presidente dos EUA, Donald Trump, por minar o livre comércio, o multilateralismo e o respeito entre os Estados.
Putin, por sua vez, elogiou o Brasil como um dos maiores fornecedores de alimentos para a Rússia e observou que a Rússia é o maior exportador de petróleo e fertilizantes do Brasil.
A visita de Lula aconteceu depois dele recusou um convite para viajar à Rússia em junho de 2023. Putin atribuiu na sexta-feira essa rejeição aos "compromissos de trabalho" de Lula.
O Brasil é um membro fundador do grupo BRICS de economias emergentes, que também inclui Rússia, Índia, China e África do Sul.
Desde a invasão da Ucrânia pela Rússia em 2022, Lula tem tentado se posicionar como mediador na guerra, lançando um grupo de nações com o objetivo de intermediar uma paz negociada.
Ele enfrentou reações negativas em 2022 por dizer que o presidente ucraniano Volodymyr Zelensky era "tão responsável" pela guerra quanto Putin.
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